Rafael Bertacini, 22, estuda Design na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Usp e trabalha com fotografia. Nascido em São José do Rio Preto e hoje morando em São Paulo, divide seu tempo entre os estudos e a produção fotográfica.

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Você fotografa há quanto tempo? Conta mais sobre essa sua relação com a fotografia.

Minha relação com a fotografia começou com a manipulação e tratamento de imagem no Photoshop. Algum tempo depois, comprei minha primeira câmera e fotografei uma amiga. Depois disso, mais pessoas me chamaram para fotografar e eu comecei a cobrar um valor simbólico. Fotografava de tudo: batizados, casamentos, gestantes. Demorei um pouco para encontrar meu estilo. Quando entrei na FAU e comecei a morar em São Paulo, decidi experimentar a fotografia de moda. É uma área de muita expressão em que eu tenho me desenvolvido muito e que consigo encaixar no meu dia a dia, nas diferentes experimentações que faço.

Acho que a fotografia nunca vai deixar de fazer parte da minha vida. Não me fecho profissionalmente, mas não sei se um dia encontrarei algo que permita me expressar tão livremente como ela.

E sua relação com Approve?

Fui convidado para ser fotógrafo da Approve em fevereiro de 2019, mas minha rotina na faculdade estava bem puxada e não consegui conciliar as duas coisas. Depois disso, passei a ser Creator e a criar projetos com mais liberdade de tempo.

No ano passado, estava na Grécia e fui para a Turquia. Encontrei ao acaso um amigo que estava fazendo casting pelo mundo e acabamos produzindo lá umas fotos para Approve. Foi meio doido, um lugar que não conhecia e pouco tempo entre a criação do conceito e as fotos.

O que eu mais gosto dentro da Approve é a liberdade que tenho para criar. Tem um direcionamento de produção, mas a construção é livre. Isso é ótimo porque estimula a criatividade.

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Suas fotografias trabalham muito bem a expressividade dos modelos, além das cores e ângulos interessantes. Como é seu processo criativo?

Meu processo não tem um ponto de início. São muitas referências e inspirações que chegam o tempo todo. O que busco fazer é entender o que se pretende comunicar e a partir disso crio meu conceito para o projeto. Tento sempre buscar as coisas que não são óbvias e alinhar tudo o que faça sentido, sem ir muito para o lado lúdico.

Esse shooting de Canvas que fez com a gente é incrível. Como você construiu o conceito?

Neste ensaio de Canvas procurei criar em cima do conceito de tela rasgada. Tento sempre observar o que a locação me agrega e trabalhar em cima disso. Me desafiei a encontrar o protagonismo da modelo e do produto em harmonia com o cenário.

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Suas referências vêm de onde?

Uma coisa que faço e tem me ajudado é buscar inspirações em objetos aleatórios do cotidiano. Vou para alguma lojinha e fico fazendo o exercício de ressignificar aquele objeto, tirar do contexto óbvio.

O audiovisual também é hoje o que mais me sustenta criativamente, principalmente os videoclipes. O Pinterest me serve como apoio quando quero fazer algo mais direcionado, mas de forma ampla, a música tem me abastecido de boas referências, além de ter um contato mais próximo com história da arte na faculdade e fazer os circuitos culturais de São Paulo, principalmente o IMS (Instituto Moreira Salles), que é um museu focado em audiovisual.

E qual seu traço criativo mais marcante?

O que eu tento buscar é um bom direcionamento de modelo. Sempre observei como o mercado da moda pode ser cruel com esses profissionais e isso me deixa bravo. A relação com quem estou fotografando é o mais importante para mim, é o que faz a diferença.

Num contexto de Approve Creator, eu me permito estar na fotografia. Como a liberdade para criar é gigante, consigo colocar minha personalidade no resultado. Minha estética deu um grande salto quando comecei a estudar o design e as belas artes. Quando você tem boas referências, sempre tem condições de construir coisas melhores.

Tem algum momento que você considera que foi crucial para sua carreira?

Teve um shooting que fiz com vocês com a coleção Yin Yang. Foi o primeiro mais conceitual que eu construí. Levei a modelo para uma pedreira e exploramos esse conceito de opostos complementares com um espelho, que assim como a fotografia, reflete apenas um recorte da realidade. Usamos dois conjuntos de calça e corta-vento em preto e branco. Levei amigos para me ajudar, assistentes, teve muita repercussão e foi muito recompensador. Considero um divisor de águas na minha linguagem fotográfica. Foi ali que consegui ver a fotografia além do momento do clique, ver a construção toda que existe por trás, que existe um propósito além da estética.

Rafael Bertacini faz parte do projeto Approve Creators, que reúne um time de artistas e influenciadores Brasil afora para criarem em parceria com Approve. Acompanhe seu trabalho em @bertaciniph e @approve no Instagram.